Carta Compromisso do Grupo Viramundo – FEA/PUC-SP
Desde já agradecemos a todos os estudantes da FEA que participaram da eleição, agradecemos também o grupo Atividade por ter proporcionado um importante debate que garantiu que o processo eleitoral fosse balizado por questões programáticas e não pelo clientelismo do voto de amizade. A Viramundo também não esquece o importante apoio de professores e funcionários e, em especial, do conjunto do movimento estudantil, que, desde o primeiro dia de campanha, nos garantiu um importante apoio político e militante. A Viramundo se comprometeu neste pleito a “construir um movimento estudantil independente e democrático” e, por entendermos a gravidade do atual cenário da universidade do Brasil e no mundo diante da ofensiva neoliberal, não mediremos esforços para construir um movimento estudantil de luta atrelado às bandeiras do povo que vive do trabalho. Defenderemos de maneira incondicional a universidade que assuma o sujeito do conhecimento como seu horizonte de construção, ou seja, o homem e as questões sócio-ambientais como primeira e última referência, e não o todo poderoso príncipe da barbárie, o mercado. Lembrando Da Miséria do Meio Estudantil, da Internacional Situacionista: “...A Universidade pôde julgar-se uma força autônoma na época do capitalismo de livre-câmbio e do seu Estado liberal, que lhe concedia uma certa liberdade marginal. Na realidade, porém, ela dependia estreitamente das necessidades deste tipo de sociedade: fornecer à minoria privilegiada, que seguia estudos, a cultura geral adequada, antes de esta se integrar nas fileiras da classe dirigente, da qual, a bem dizer, mal tinha saído...”. Sabemos bem onde estamos e qual a tarefa que nos foi dada, para tal teremos que possuir habilidade e virtude ímpares, afinal, garantir o salto do imediato para o histórico é terrivelmente complicado, denunciar as reformas neoliberais, o aumento da superexploração do trabalho e da brutalidade generalizada não implica somente em realizar bons grupos de estudo (o que já é de nossa praxe), mas romper com o círculo vicioso apontado pelo mesmo texto: “...[Da] margem de liberdade individual permitida pelo espetáculo totalitário, e apesar do seu emprego do tempo mais ou menos descuidado, o estudante continua a ignorar a aventura, a ela preferindo um espaço-tempo cotidiano feito de estreiteza, ordenado em sua intenção pelas barreiras desse mesmo espetáculo...”. Ou seja, temos um ano para realizar feitos que há muito não ocorrem na vida estudantil da FEA, e quiçá do universo estudantil brasileiro. Nosso objetivo é neutralizar o avanço do “That is no Alternative”, quebrar os consensos e oxalá transformar a inércia estudantil em movimento real de negação sensível da totalidade brutal do capitalismo em sua fase imperialista, e, para que isso ocorra, é condição sine qua non a existência de um Centro Acadêmico presente em sala de aula, prezando pela unidade do movimento, em diálogo constante com outros setores da universidade e garantindo a solidariedade com professores e funcionários que são atacados pela crise da universidade e pela precarização das relações trabalhistas. Afirmamos ainda nossa aliança com movimentos populares e sociais. E temos claro que o primeiro passo desta longa vereda é barrar a contra reforma neoliberal universitária (Implementada pelo governo Lula através de MP´s e PL´s) que significa o aprofundamento de uma “...miséria real da vida cotidiana estudantil [que] encontra a sua compensação imediata e fantástica naquilo que é o seu ópio principal: a mercadoria cultural...” .
Grupo Estudantil Viramundo – Gestão Eleita para o Centro Acadêmico Leão XIII
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